Perdi hoje uma parte do respeito que tenho pela instituição que dá pelo nome de Instituto de Meteorologia. Há uns tempos que tinha a sensação de que a página on-line do IM aos fins-de-semana era neglicenciada. Há muita coisa que eu desconheço nos processos de aquisição de dados que são depois publicados. Hoje depois de ter constatado que tinha uma trovoada por cima da cabeça fui lá ver quantas descargas estavam registadas entre as 13:30 e as 14:00 aqui na zona de Lisboa. Zero. Nada. Rigorosamente nada. Daqui, uma de quatro: Ou eu estou insano e já nem sei identificar uma trovoada, Ou os intrumentos que registam estas coisas não estão dispostos para apanhar as descargas nos arredores de Lisboa, Ou ao fim-de-semana, mesmo que haja descargas e sejam registadas nos aparelhos não há quem recolha os dados e os publique. Ou qualquer outra coisa que me escape. De qualquer forma, o alerta amarelo só apareceu depois da chuva. por MCV às 21:05
E agora a pergunta de 1 000 000 000 000 000 000 000 000 de pacotes PSI-20*
Qual é a S.I.C. mais interessante da R.T.P.?
* 1 pacote PSI-20 é a soma do valores de fecho de cada acção integrante do índice multiplicados pela respectiva ponderação no mesmo, no dia do acerto na pergunta ou no dia útil imediatamente anterior, caso não tenha havido sessão. por MCV às 02:47
13 minutos depois
Informação sobre acidente de avião na pista de Porto Santo (simulacro) leva treze minutos a chegar à protecção civil (da Madeira) – disse uma jornalista com o ar mais natural deste mundo. Pode ser erro da notícia*, o que é o mais provável, tratando-se de um simulacro. A ser verdade, o que é muito pouco provável, seria algo de impensável para um acidente que se dá na aterragem em tal pista. E sem explicação.
*(é a segunda notícia da segunda parte do Telejornal – cursor a 58% do total, frente sobre o segundo i de visualizar) por MCV às 00:41
Passei ontem a tarde no Porto. A passear pelas suas ruas. Apenas a. Acho que, pela primeira vez em muitas visitas, me senti em casa. Em Portugal. O Porto e mais nenhuma outra cidade portuguesa, o Porto e só o Porto dava-me a sensação de me encontrar no estrangeiro. Isso acabou ontem por algum factor que não consigo identificar. Como se estas coisas explicar se pudessem. por MCV às 23:28
Está bem e recomenda-se
A corrupção em Portugal – disse o engenheiro João Cravinho. Não sou eu quem o vai contradizer. Esteja aquela bem ou mal, a estupidez é em Portugal um problema bem mais grave do que a corrupção. por MCV às 23:07
Esta coisa de andar na rua
E de enquanto por lá ando conseguir alinhar duas ideias seguidas e de ter a certeza de que, chegado a penates, de nada me lembrarei, é mortificante. Na realidade, é o oposto - é consequência de um processo tal. Comprei eu um gravador minúsculo... por MCV às 22:36
O Fascismo
Ouvi mais uma vez a costumeira ladaínha contra não sei o quê que querem fazer no Vimieiro, na casa que foi de Salazar. Pergunto-me quantos dos ladaínhentos fazem ou, pior, já fizeram genuflexões à foice e ao martelo. por MCV às 19:20
Foi então para isto que o Estado Português reconheceu o Cosovo? Nem com os albaneses a desistirem do jogo... por MCV às 22:15 de 15 outubro 2008
O atraso das mentes
Não é novidade nenhuma que esta gente que nos governa pouco ou nada vê à frente do nariz. Basta ouvi-los, lê-los por mais de um minuto. Uma coisa simples como um atraso na entrega do Orçamento que teria provavelmente as suas legítimas justificações transformou-se numa cena lamentável, com desculpas absurdas e ridículas, próprias de quem ou não percebe nada ou acha que os outros nada percebem. Caramba, que são péssimos! por MCV às 16:23
Há um conjunto de tontinhos que sabem ler uns gráficos – os que aqui estão bem descritos – e que normalmente “explicam” as causas das baixas e das altas nos mercados. Nunca percebi, talvez por não conhecer nenhum de perto, se estão mesmo convencidos dos disparates que dizem ou se só têm pouca estima pela sua própria credibilidade. Há pouco, ouvi esta coisa extraordinária, da boca de uma jornalista, quando perguntada sobre as razões da alta de hoje na bolsa de Lisboa – é que reflectiu os ganhos verificados pelos constituintes do PSI 20. La Palisse não diria melhor, mesmo sem os gráficos em fundo. Esta gente terá alguma coisa debaixo do chapéu? por MCV às 17:02
OVNI
Tomei conhecimento, já há uns meses, de que hoje haveria um encontro do 3º grau ou menor. Foi através de buscas que caíram aqui* no H Gasolim e que alvejavam ocorrência tal. Por algumas leituras que fiz, a partir de cadeias de links assim iniciadas, fiquei com a ideia de que o Homem (a parte da humanidade alheada da coisa) entraria hoje finalmente na Idade dos Outros, em que outras formas de vida, não terráqueas, dariam finalmente as caras ou o equivalente lá na sua morfologia. Até agora, nada. Acho que vou pedir o meu dinheiro de volta ali à bilheteira e já venho. De quantas anunciações destas há notícia só nos séculos XX e XXI? É uma boa investigação para fazer, um dia destes. * As pesquisas que deram à costa aqui foram em português. Em inglês, dá para perceber melhor a dimensão da coisa.
Corrigenda ainda a tempo: titular de OVNI um tal post é um perfeito disparate, já que se trata de algo muito bem identificado. por MCV às 15:11
Concursos
Uma coisa que é ilustrativa do tipo de exigência que anda pela RTP é a repetição de sessões de concursos. Nem sequer se dão ao trabalho de assinalar como repetição. Para quê? A sessão que foi emitida hoje do Preço Certo é a mesma do dia 31 de Julho. E isto não é coisa nada rara. por MCV às 19:58 de 13 outubro 2008
Barac bac bac
Já lá vão muitos anos – tantos como trinta – desde que um dos meus amigos me ensinou que barac bac bac era a fala dos porcos. Fê-lo em circunstâncias tais que ainda hoje me lembro de todos os detalhes. Metia mulheres, pois claro. E copos. Vínhamos de um tempo e de um modo em que não passaria pela cabeça a nenhum de nós discorrer sobre os suínos mais do que essas três palavras ditas de empreitada. Havia, é claro, a sabedoria popular da trombada de porco que tanto atira para cima como para baixo. O que significa que o porco podia, pode ser o meio rápido da fortuna e de pronto o meio rápido da falência. No final desta semana, alguns dos meus amigos reunir-se-ão em congresso. Lá para Ourique, no mesmo sítio onde tantas vezes bebemos até de manhã, ao som dos conjuntos mais esquecíveis, na companhia das mulheres mais inesquecíveis. Será sobre o porco que falarão. Barac bac bac digo eu aqui de longe. Irão gentes de toda a Ibéria e de quase todo o Alentejo, como diria ainda um dos ausentes que está de boa saúde. Barac.
O prémio Capitão Moura, do qual se pode dizer muita coisa e o seu contrário, serve, pelo menos, para mostrar a realidade. Para mostrar como o país é, a pretexto da bola e a uma escala de bairro ou dos pequenos aglomerados populacionais. A maior parte das críticas que lhe vi serem feitas podiam ir direitinhas para qualquer outro programa que trate as pessoas com o realismo possível. Não vejo diferença entre a lógica argumentativa dos candidatos ao prémio Capitão Moura e a da maioria das figuras que nos governam, bem como de todas as outras, por aí abaixo em responsabilidade, até voltarmos aos primeiros. Haverá diferença de vocabulário, de articulação, de expressão. De essência é que não há. Mas há uma diferença de facto. Estas pessoas aparentemente não têm pretensões em enganar os outros, no sentido de se fazerem passar pelo que intelectualmente não são.