Pois, o post anterior não tinha nada de político. É que só agora me dei conta que a foto se presta a outras interpretações. Não me passou pela cabeça misturar fosse o que fosse com os sons de Rafael Correia.
Quando dizemos que a pausa depois da nota permite que esta ecoe nos nossos sentidos, não faço ideia se esta é uma afirmação que se possa valorar.
Como muitas outras, por não ser refutável ou demonstrável, é mais um pouco do ruído com que nos habituámos a contar à nossa volta.
Não vale a pena entrar mais a fundo no tema, do que é uma demonstração de verdade ou falsidade, pois me parece que quando por aí se entra, o universo restringe-se dramaticamente às convenções e às arquitecturas abstractas que forjámos para que nos servissem de ferramentas.
Adiante.
Não faço também ideia do que é um blogue.
Poderia elencar aqui meia dúzia de características que eu suponho que têm, mas também seria ruído.
Como ruído é pôr-me a pensar e a escrever que uma pausa na escrita e a consequente permanência no topo da página de um qualquer post o faz ecoar. Sei lá se faz.
Mas o facto é que pensei nisso por ter estado desligado dos fios por um dia e tal.
A única certeza é que um dia chegará em que a um post não se seguirá outro. Mais uma banalidade. Há dias assim.
Como sempre, quem pressiona não sou eu, são os outros.
Claro que isto se aplica a todos, sem excepção.
Só uma dúvida paira no ar por aqui: servirá de alguma coisa tanta pressão?
Eu já nem falo de quem não votou em Sampaio. Falo de quem o elegeu. Merece-lhe agora tão pouco respeito?
Da Noruega.
Da mesma equipa que andou a fazer aquelas contas extraordinárias sobre as hipóteses de cada selecção ganhar o europeu de futebol, chegou-me há pouco um fax. Não foi e-mail nem SMS, foi mesmo fax.
Nesse fax, que me está devidamente endereçado, sem cálculos e princípios de partida que o justifiquem, figura um valor: 0,0004 %.
Um pouco abaixo, misturado com o que se suporia ser um resumo do método aplicado, uma nota em inglês: This is the probability of you to be contacted as a future member of the government.
Como vêem, com um inglês destes, até o diabo desconfia.
Depois de algumas consultas, estranhando o facto de este valor ser maior do que zero, tranquilizaram-me. Disseram-me que esse era um valor médio. Só isso. Cada português teria em média essa probabilidade de ser chamado a Monsanto ou a qualquer outro local.
E eu fiado nas minhas amizades...
Já sabem, se o blogue ficar deserto, fui cumprir o meu dever.
P.S. : Não conheço o Dr. Ferro Rodrigues
P.S.D. : Não conheço o Dr. Santana Lopes
A sério que achas isso?
Acho. Os 14 são 14, fazem tudo para ser 14, conseguem ser 14, gostam de ser 14, querem ser 14.
Mas os 18?
Os 18, não. Às vezes são 20 mas gostavam de ser 4. Vez por outra são 10. Fogem de ser 18.
Dizes então que mais vale um 14 do que um 18...
Os 14 são certinhos. Bons profissionais, sem grandes rasgos mas esforçam-se. Gente em quem se pode confiar. Os 14 que conheci estão todos a funcionar. Todos sem excepção. Já os 18...
Passaram-se?
Uns passaram-se para o outro lado do mar. Outros para mais perto, mas foram-se. Outros passaram-se mesmo. Não ouves falar deles.
Não há nenhum 18 que me possas apontar?
Há. Claro que há. Não conheci assim tantos. Mas alguns, poucos, andam por aí. Parece que adoptaram a teoria do 14. Aderiram ao 14. Não sei se gostam de o ser ou se são bem pagos para isso. Sabes, essa é a única coisa em que o 18 bate o 14. O 18 pode passar a 14, mas a inversa não é verdadeira.
A praça é a mesma.
Quase se opõem em relação ao eixo longitudinal da dita.
Um é macho, a outra é fêmea.
Um é café, a outra é pastelaria.
Talvez por isso, as minhas passagens por um e por outra, se faziam sempre no estrito respeito do sexo do progenitor que me acompanhava.
Também quando era com ambos, a coisa batia de acordo com a gramática. O casal seguia para o café. Mas não para a sala de cima. Para o reservado da cave.
Assim foi toda a minha infância.
Vá-se lá saber se por causa de bater com a gramática ou não, eu prefiro hoje o Nicola. Acho que sempre o preferi.
Os bolos sempre vieram embrulhados em papel manteiga.
imagem composta a partir de outras encontradas aqui, ali e acolá.
Nem tu nem eu.
Tu não te safas porque hoje é escusado pensares que elas vão para a discoteca enquanto eles ficam em casa a ver a bola. É cedo demais para isso.
Eu não me safo porque já não trago no bolso a chave da casa grande.
Não adianta fazeres a tua ronda, da forma como me disseste que a fazias. Vais encontrar tudo deserto.
Eu já levo umas horas de atraso para cumprir o tal programa de que não te falei.
Quando começasse o jogo, já eu teria que ter passado a ponte Vasco da Gama rumo a sul, ao dealbar do dia. Depois de uma noite atribulada, sim.
Provavelmente, ter-te-ia encontrado para um café das seis e tal da manhã, lá no sítio do costume. Apresentava-te a moça.
A esta hora, apenas um carro estacionado junto à janela do escritório trairia o meu esconderijo. Preguiça de abrir a porta da garagem.
Como sabes, a televisão lá de casa há muito que não funcionava.
Assim pela tardinha, mais à fresca, lá iria eu passar pelo monte, sem parar claro, e adivinha onde seria o jantar.
É verdade, já fechou.
Mas nesse dia, tinha pouca clientela. Final do Campeonato do Mundo.
Confesso que não vi.
Estava calor. Muito calor.
Soube depois que o resultado não nos tinha sido favorável. O da bola, claro.
No meio disto tudo, lembro-me de um rato a espreitar de dentro de uma caixa de lata. Vê lá tu.